Thursday, February 16, 2006

cony

Texto de Cony

Reproduzo parte de um texto do escritor Carlos Heitor Cony (espero que seja mesmo dele, porque descobri na internet!): “Volta e meia estranham que, declarando-me agnóstico, não aceitando a idéia de um Deus filosófico, moral ou religioso, seja devoto de alguns santos do nosso calendário tradicional. Deus é um conceito ou uma entidade distante demais para os meus recursos e até mesmo para minhas necessidades. Já os santos, porque foram terrenos, com os mesmos alicerces de barro de que fui feito, merecem mais do que a minha admiração. Merecem mesmo a minha devoção. São José é um deles. Os Evangelhos não registram uma única palavra sua, somente gestos e uma referência explícita: vir justus . Um homem justo. Como se tratava de um carpinteiro, e não de um juiz, deduz-se que José era acima de tudo um bom. Bom como carpinteiro, bom como esposo, bom como pai de um garoto que dividiria a História do mundo.”

Belas as palavras de Cony. E eu, muitas vezes, leio aberrações do tipo: “Jesus foi para a Índia aprender com os mestres do Himalaia”. Para mim, todo homem pode transformar em sagrada a tarefa que lhe é dada pela vida, e Jesus aprendeu enquanto José, o homem justo, ensinava-o a fazer mesas, cadeiras, camas. No meu imaginário, gosto de pensar que a mesa onde o Cristo consagrou o pão e o vinho teria sido feita por José — porque ali estava a mão de um carpinteiro anônimo, que ganhava a vida com o suor do seu rosto e, justamente por causa disso, permitia que os milagres se manifestassem.

abraços

xee

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

muito bom...agora coloque um haloscan pra todo mundo poder comentar...sem haloscan, só comenta quem tem blog aqui...beijos...demora um pouco pra ajeitar...demoramos uns 2 meses acho...beijo na bunda, ops!!!

3:37 AM  

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